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Costuma-se dizer que educar filhos consiste em uma tarefa laboriosa, porém, não é impossível.  Embora não exista um manual de como cuidar adequadamente das crianças e contribuir para que tenham um desenvolvimento emocional saudável, alguns aspectos acabam configurando-se como excessos e podem resultar em dificuldades emocionais futuras.

Dentre eles está o ato de superproteger os filhos. Neste caso, os pais/cuidadores dedicam todo seu tempo à criança, compreendem que precisam fazer “tudo” por ela. Todavia, em situações como esta, a criança crescerá com a sensação de que o mundo está para servi-la, terá dificuldades em enxergar o outro, suas necessidades e respeitá-las, bem como não conseguirá tolerar frustrações que fazem parte do viver. Para, além disso, quando fazemos sempre pelo outro, passamos a mensagem oculta de que ele não é capaz de fazer, neste caso a criança poderá ter dificuldades em desenvolver habilidades necessárias para a vida, se considerando incapaz, com falhas na formação de identidade, ocasionando prejuízos na sua autoestima.

Outra situação que se configura como extrema, consiste no abandono afetivo. Neste caso, há um total descaso tanto em relação a limites, quanto a afeto. Os pais/cuidadores acreditam: “a criança poderá fazer o que quiser, desde que não me dê trabalho.” Esta falta de cuidado, poderá fazer com que a criança cresça com um enorme vazio, o qual de alguma forma buscará preencher, seja pela dependência química, consumo exagerado, automutilação etc. A criança também poderá apresentar dificuldades de se vincular e confiar nas pessoas, entender que pode amar e ser amada.

Já uma conduta marcada pelo autoritarismo por parte dos pais/cuidadores, na qual se configura o excesso de limite e a falta de afeto, resultará na sensação de que a criança está em dívida constante com o mundo.  Geralmente são pessoas que não conseguem expor opiniões, porque acreditam que se o fizerem magoarão e até perderão as pessoas.  Possivelmente terão dificuldades em aceitar que podem cometer erros, bem como para reconhecer conquistas próprias. Por vezes, podem até se envolver em situações nas quais sofrem diversas formas de abuso, por terem internalizado a ideia de que sempre precisam se submeter ao outro. 

Cabe lembrar que uma oscilação constante e exagerada de limites e afetos, também não é saudável para o desenvolvimento emocional.  Nestes casos os pais/cuidadores inicialmente exageram na colocação do limite, sentem-se culpados e devido a não suportarem esta culpa acabam por se tornar permissivos, deixando o filho fazer algo que em outros momentos não permitiriam, que inclusive pode colocar em risco sua integridade. Neste caso a criança pode crescer confusa, com dificuldades para compreender o que de fato faz parte de condutas vistas como saudáveis para o psiquismo e para o estabelecimento de relações.

Embora, como dito, não tenha um manual sobre como cuidar das crianças de modo a auxilia-las a se tornarem emocionalmente saudáveis, ainda pode-se tentar a busca pela dosagem equilibrada entre limite e afeto. Torna-se fundamental que os pais/cuidadores compreendam que não poderão e nem necessitam acertar sempre na maneira de lidar com os filhos. Porém, um cuidado suficientemente bom, irá possibilitar que a criança cresça entendendo que o mundo é justo, mas que injustiças também acontecem, que as pessoas não são perfeitas. A criança também estará preparada para enfrentar a frustração e o fracasso, percebendo como algo que faz parte do viver. Nos momentos difíceis terá recursos internos aos quais recorrer para lidar com as situações. Também conseguirá não permitir que invadam seu espaço, bem como, não irá invadir o espaço do outro. Entenderá que é possível amar e ser amada.

Psicóloga Danieli Cristina Bonetti Marció CRP-12/09218

Atendimento para Crianças, Adolescentes, Adultos e Idosos.  Avaliação Psicológica.

Condomínio Atlanta. Rua José Bonifácio, n. 353, Sala 207. Xanxerê-SC. Fone: (49) 999067676

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